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retangulo

Outravia está mudando de casa, agora todos os textos no mesmo endereço…

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faça-nos uma visita 😛

No filme “Uma Mente Brilhante” (“A Beatiful Mind”) sobre a vida do Matemático Americano John Forbes Nash, Russell Crowe interpreta o papel de um homem acometido por esquizofrenia, e que apenas sobreviveu em condições mínimas de trabalho e produtividade em razão de ter confiado no amor de sua mulher Alcia Nash.
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Na entrega do “Oscar” ambos aparecem juntos conforme mostra o link abaixo:


http://video.aol.com/video-detail/john-e-alcia-nesh-ah-e-e-o-nobel/455168281

Entretanto, o que me leva a evocar a memória do filme (2001) é o fato simples e poderoso que ele apresenta: a mente precisa de aferidores externos a fim de encontrar sua saúde e equilíbrio.

John Nash, brilhante, superdotado, venturoso em tudo o que fazia, subitamente começou a entrar num mundo paralelo tão real quanto tudo o mais que ele chamasse de real, com a diferença de que somente ele via o que via, e, portanto, tratava-se de algo subjetivo e não real para o resto do mundo.

Sua salvação não da esquizofrenia, mas sim da “loucura”, só foi possível porque ele admitiu a esquizofrenia, entregando suas decisões sobre o que era ou não real entre as coisas que via, ao julgamento de sua esposa.

Assim, confiando no juízo e no discernimento da esposa, e, sobretudo no seu amor por ele, foi que Nesh conseguiu viver com a esquizofrenia sem enlouquecer.

De vez em quando ele tinha de perguntar à sua mulher se as pessoas que estavam diante dele eram reais ou apenas subjetivas em sua percepção, e, assim, conseguiu, mediante a fé no amor de sua mulher, encontrar o termo de aferimento de sua própria realidade.

Esquizofrênicos de um grau ou outro, todos nós somos. Pode-se até não ver coisas ou ouvir vozes, porém, o elemento de falsificação do real habita as mentes de todos nós.

Sim! Nossas mentes são desconfiadas e cheias de impressões falsificadas.

Pensamos coisas sobre os outros que não são reais e interpretamos a vida com critérios de uma subjetividade que raramente casa com os fatos reais da existência.

É assim que o tímido é visto como arrogante silencioso, o falante é percebido como metido, o quieto é olhado como fraco, o prestativo enxergado como interesseiro, o recluso como anti-social, o triste como infeliz, o belo como bom, o feio como mal e o simples como tolo.

De fato quem se entrega à sua própria “disposição mental”, diz Paulo, acaba enlouquecendo dentro do padrão social aceitável da loucura, mas nem por isto fica livre de ver, ouvir, pensar e interpretar de modo equivocado a vida e o próximo.

Para Paulo, entretanto, o aferimento da realidade deveria ser feito de modo existencial pela Palavra.

Isto porque sem a Rocha da Realidade que é a Palavra Revelada, todos nós de um modo ou outro vivemos em “viagens”.

O outro está louco e viajante em suas percepções sobre nós; e nos vê, ouve e julga por tais subjetividades; e, assim, provoca em nós uma outra falsificação: a do modo como o outro no vê; e a cuja percepção equivocada nós determinamos enfrentar, fazendo com que nossa própria mente caia imediatamente em outro terreno de subjetividade que afetará daí em diante a nossa própria percepção do outro e de nós mesmos, pondo-nos numa vereda de ilusão.

Quando Jesus mandou que não julgássemos Ele estava dizendo que o juízo equivocado (como quase sempre é em parte ou no todo) passa a ser o critério de nossa mente. Por isso é que com a medida com a qual medimos somos também medidos.

Todos os dias vejo como tais estados se tornam padrões inquestionáveis e fixos. E como a maioria não tem uma Alicia Nesh a fim de confiar e encontrar o termo da realidade, as pessoas vão engessando o padrão da interpretação enganada como realidade.

A salvação de John Nash esteve e está no fato de ele confiar no amor de sua mulher por ele, e, assim, conferir com ela o que era ou não real.

Ora, no que tange a Palavra como referenciadora do que seja ou não real conforme Deus para nós, seu poder de cura e equilíbrio para a mente vem da fé, assim como aconteceu com Nesh.

Sim! Se eu não me disponho a crer no amor de Deus por mim, e se não me ponho na estrada da fé que confia em Seu amor revelado em Cristo, conforme o Evangelho, e se não me entrego a tal realidade pela fé, fazendo aquietarem-se as minhas próprias impressões e juízos — sem dúvida eu e você ficamos loucos ou com a mente falsificada em suas apreensões da realidade.

Portanto, hoje, verifique quais são suas certezas sobre a vida e as pessoas, e veja se elas conferem com o que a Palavra diz.

É a fé na Palavra aquilo que pode me salvar de minhas próprias construções e miragens.

No entanto, ter gente de bom senso e de confiança, e que nos ame, sempre sendo consultados sobre nossas próprias impressões, é algo vital para a saúde de nossas mentes.

Fé e amor continuam a ser os únicos elementos capazes de preservar a integridade de nossas mentes num mundo de falsificações e de construções alucinadas.

Pense nisso!

Caio

10/01/08 – Dia em que meu filho Lukas estaria fazendo 26 anos de idade.

Lago Norte

Brasília

DF

Fonte: caiofabio.com

Beleza brasileira.

Constrangido, assisti ao filme “Beleza Americana”. Durante toda a sessão, fui tomado pelo que se poderia chamar de “vergonha alheia”. Corei com a hipocrisia moral, a obsessão pelo sucesso e a disfuncionalidade familiar da sociedade americana. Constrangido, saí do cinema com um pontapé na boca do estômago.

Entretanto, o filme retrata um instante lindo. O adolescente viciado em maconha que trafica é obcecado por gravar imagens do cotidiano. Numa dessas filmagens ele capta um saco de lixo bailando ao vento e se deslumbra com aquela rara beleza. Só no final do filme, percebemos que o rapaz tinha um mínimo de coerência, já que só ele era sensível ao belo.

Há alguns meses, penso como seria a versão brasileira daquele filme. Começaria por denunciar as grandes hipocrisias nacionais tais como: a negação do racismo, a afirmação cínica de que somos um povo cordial, o desvairado sonho de nos tornarmos um “país do primeiro mundo”, a anacrônica vaidade de ainda possuirmos os mais verdes bosques do planeta. Nos últimos trinta anos, todo esse patriotismo vem ruindo diante do nosso olhar espantado.

A “Beleza Brasileira” vem sendo suplantada pelas penitenciárias desumanas, onde se depositam negros e pobres. As favelas cresceram e tornaram-se mais violentas, incubadoras da criminalidade. A Amazônia, gradativamente dizimada pela sanha comercial, arrefeceu com a poesia do hino que exalta o verde louro da flâmula. Todo rio, lago ou canal que banha alguma grande cidade está poluído; a baia da Guanabara, cartão-postal carioca, cheira mal.

O desemprego tornou-se endêmico. Nas emergências, os médicos precisam optar pelos doentes com uma mínima possibilidade de serem curados para deixarem os outros morrendo nos corredores. As estradas, verdadeiras armadilhas para a morte, continuam esburacadas. Viajar constitui-se em um tormento no Brasil.

Contudo, nesse cenário triste, o desafio é encontrar beleza. Se o rapaz do filme americano se encantou com um saco que bailava no ar, procuro me apaixonar por expressões de formosura latentes ao meu redor.

Existe beleza na persistência do operário que acorda de madrugada e pega o trem suburbano para bater o ponto às sete da manhã. Seu rosto, embora magro, revela obstinação; ele acredita que seus filhos terão um futuro diferente do seu. As boas maneiras da empregada doméstica que vive no barracão e serve no apartamento chique têm um quê de virtuoso. Emociono-me com o peão da construção que, de paletó e gravata, se transforma num eloqüente tribuno ao anunciar as alvíssaras do evangelho.

Existe beleza no trabalho voluntário dos leprosários, das enfermarias onde indigentes esperam que a morte os liberte do sofrimento, das clínicas de reabilitação onde crianças portadoras de deficiências aprendem a andar. Emociono-me até as lágrimas quando sei que algum coral cantou num centro geriátrico.

Existe beleza nos monturos de lixo, nos cortiços que se equilibram sobre córregos fétidos, nas escolas públicas rurais, no barco que desafia o vasto oceano. Basta ter olhos para ver as crianças jogando futebol em campos improvisados, ouvidos para escutar as conversas dos pescadores depois que puxam suas redes e coração para acompanhar o bê-á-bá da professora com seus alunos.

Precisamos ser invadidos pela beleza, cativados pelo inefável e dominados pelo sublime. Talvez, essa seja a última esperança da civilização: deixar que o belo encharque a nossa alma.

Há algum tempo, procuro tornar-me um garimpeiro dessas pepitas que sobraram do Éden, para descobrir o aceno do divino que habita nas pessoas e nos lugares o tempo todo.

Quando Deus contemplou sua criação e suspirou que era bom, notei que ele gosta de apreciar o branco dos lírios, o azul do céu e o negro da noite. Consigo também imaginar sua expressão quando afirmou que era tudo “muito bom”. Sei que ele celebra quando vê amigos se abraçando e fica muito feliz quando um jovem faz serenata para sua amada. Pelos relatos bíblicos sei que o Senhor gosta de poesia e de banquetes.

Em julho, chorei com a tragédia do avião que caiu em São Paulo. Sofri quando li as histórias das vidas ceifadas bruscamente. Lamentei pelos que sobraram em seus lutos. Chegaram a me oferecer fotografias dos corpos mutilados, mas recusei. Preferi concentrar meu olhar nos bombeiros que trabalhavam incansavelmente e nos médicos que se apressaram para salvar alguma vida.

Proponho que recuperemos nossa capacidade de celebrar alguns mínimos sinais de beleza, mesmo diante de uma realidade tão crua. Estou certo que testemunharemos muitos milagres.

Soli Deo Gloria.

Fonte: Ricardo Gondin

O filme Americano conta a estória de uma mulher que foi traída por seu marido e estava enfren-tando uma separação. Uma amiga, percebendo sua depressão, lhe dá de presente uma viagem para a Itália, na cidade de Toscana. Ao chegar lá, devido a vários ‘sinais’, a protagonista Fran-cisca resolve comprar um casarão antigo, gerando duas expectativas – confessadas ao corretor que se tornara seu amigo -: realizar um casamento e transformar o casarão abandonado em um lar, abrigando uma família.
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Devido à solidão e a falta de perspectiva de encontrar um sincero amor entregou-se ao desânimo. Porém, aparece na trama uma mulher – meio louca, que se torna sua amiga, e lhe dá vários con-selhos, e um deles é que volte à normalidade de sua vida, não pensando no futuro mais vivendo o presente. Acatando o conselho, Francisca se envolve com a reforma da sua nova moradia, crian-do laços de amizade com os trabalhadores contratados para tal serviço. Um certo dia percebe que o lustre da sala precisa de peças e vai ao centro da cidade à procura do material e lá encontra o Marcelo, um rapaz belíssimo, com quem acaba vivendo um lindo romance. Ao retornar para ca-sa, feliz e realizada, já tendo combinado um novo encontro para o final de semana, tudo lhe pa-rece que voltou aos eixos.
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No dia do reencontro, quando estava saindo de casa, recebe a visita de uma amiga, grávida – a mesma que lhe presenteara a viagem – que havia sido, também, abandonada. Então, decide ficar para apoiar a amiga, ficando à sua disposição até o nascimento do bebê, após alguns meses. Quando tudo parece está resolvido, decide ir ao encontro do seu amor; mas, para a sua surpresa, ele está com outra pessoa. Francisca volta arrasada para casa.
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Chegando, encontra outro problema. Um dos seus ajudantes, um jovem polonês, está vivendo um namoro proibido, pois os pais da namorada não aceitam o casamento dos dois por este não ser italiano, nem ter uma família. Irritada com a situação e por se ver envolvida a contragosto, pro-cura os pais da moça intercedendo pelo namoro, assumindo o rapaz como seu parente. Os pais cedem e marcam o casamento dos jovens.
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Francisca dispõe a sua casa para a realização do casamento e no dia, observando a alegria dos noivos e a felicidade da sua amiga com seu filhinho, percebe, após um comentário do seu amigo corretor, que havia realizado seus dois pedidos: sua casa ser palco de um casamento e abrigar uma família. Não era como esperava, ou havia pensado, porém, sentia muita paz interior. Reco-lheu-se a um canto do jardim e ficou meditando até que uma joaninha (que na trama simbolizava a realização de um desejo) é retirada do seu braço por um rapaz, que no futuro vem a ser o seu grande amor.
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Linda estória e, como 99,99% das mulheres, acabei com lágrimas nos olhos. Foi neste momento que lembrei da passagem bíblica da ressurreição da filha de Jairo.
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Este homem estava passando por maus momentos, doía-lhe à alma, pois sua filha de 12 anos estava à beira da morte. Procurou a ajuda de Jesus, aquele por quem sabia que realizava milagres “e lhe pediu aos prantos e com insistência: Minha filha pequena está a beira da morte! Vem, impõe tuas mãos sobre ela, para que seja curada e viva”. (Mc 5:23)
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Jesus atende e vai caminhando com Jairo para a sua residência, porém antes realiza a cura da mulher hemorrágica. Houve um período de tempo entre seguir o pai aflito e a sua chegada à casa dele. Neste espaço de tempo o quadro toma outro rumo, a criança não estava mais enferma, mas já havia falecido.
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O pedido do pai era que a sua filhinha fosse curada; não passara por sua cabeça o que ocorreria no final: ao invés da cura a ressurreição!
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Assim, como aconteceu com a Francisca e com o Jairo, também acontece conosco. Fazemos pe-didos a Deus achando sempre que é o melhor para nós; tola ilusão, pois este querer está na super-fície do nosso eu. Somos muito mais complexos e necessitamos de muito mais coisas do que imaginamos. Contudo, Jesus conhece a natureza humana, conforme nos afirma Tiago em sua carta afirma: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal.” (Tg 4:3).
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Jairo pedira a saúde de sua filha, porém, não enxergava que sofria de um mal maior: a increduli-dade. Por isso quando chegaram algumas pessoas da casa de Jairo informando que sua filha já estava morta, Jesus apenas disse: “Não temas, tão somente continue crendo!” (Mc 5:36)
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O pedido de Jairo iria ser atendido, ele teria a sua filha, sadia, de volta, precisava apenas crer que Jesus é Deus e confiar em seus desígnios. “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.” (Is 55:8)
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A joaninha no braço de Francisca significava a realização da sua verdadeira necessidade; porém, antes, ela precisava aprender a perdoar, amar, viver. E quando finalmente descansou, seu sonho se realizou: conseguiu um grande amor.
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A joaninha para nós significa: Jesus Cristo. Quando finalmente descansarmos nEle crendo, apesar das aparências em contrário, nossos olhos são abertos, nossa fé solidificada e tudo o mais terá o seu curso normal.

Joseane Pires

As pequenas crianças do filme não estão correndo nos parques, ou sendo embaladas nos balanços, ou brincando na piscina… as pequenas crianças do título estão aprisionadas em seus corpos de adultos. Se você não quer mais do mesmo, assista ao filme sem medo de ser feliz. Eu lhe asseguro: a reflexão que fica não é moralista, e é tão certeira que não tem como não mexer com você. Excelente!
Fabiane Secches (SP)

“Pecados Íntimos”, novo filme do talentoso Todd Field (de “Entre Quatro Paredes”, 2001), chega aos cinemas para incomodar. Mas, claro, quando se trata do questionador Field, este incômodo vem na melhor acepção da palavra.

O filme recebeu diversas indicações a diversas premiações: não apenas teve o reconhecimento do Globo de Ouro e BAFTA com indicações importantes, mas também do Sindicato das Mulheres Jornalistas da América, da Associação de Críticos de Nova York, de São Francisco e de Washington, assim como da Associação de Críticos Ingleses, além do “Satellite Awards” (premiação da imprensa internacional), entre muitos outros.

À premiação da Academia que se aproxima, o filme chega com três indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Kate Winslet), Melhor Ator Coadjuvante (Jackie Earle Haley) e Melhor Roteiro Adaptado (de Todd Field e Tom Perrota, baseado em romance do próprio Perrota).

Embora possa se dizer que o filme escapa do formato cinematográfico tradicional, também é verdade que não é tão revolucionário assim em sua fórmula narrativa: “Pecados Íntimos” tem um inconfundível ar do premiado “Beleza Americana” (1999), do diretor inglês Sam Mendes.

Também há aqui o narrador onisciente em off, trazendo comentários sofisticados sobre os acontecimentos. E há a mesma ironia, o refinado senso de humor (negro), que paira sobre a crítica de costumes à hipocrisia da sociedade norte-americana, representada no filme por uma pacata e arborizada cidade de interior.

Então, ainda que o foco desta vez seja outro, a sua estética inegavelmente tem muito de “Beleza Americana”, e a referência de Field é mais do que apropriada para a história que o diretor deseja nos contar.

“Pecados Íntimos” originalmente se chama “Little Children”. A infeliz tradução para português faz perder uma grande pista sobre o que o filme é. Não, “Little Children” não é sobre os pecados íntimos, é sobre pequenas crianças. Pequenas grandes crianças, aliás.

O filme é essencialmente uma estória sobre pais e filhos. E se de novo poderíamos mencionar Sam Mendes aqui, já que em outro filme – “Estrada para Perdição” (2002) – passou também por este tema, é certo que, desta vez, a comparação (tanto de conteúdo como de forma) seria injusta. Field opta por um caminho completamente diverso, e ainda vai além.

Embora o universo infantil tradicional faça parte de toda narrativa, com playgrounds, brinquedos espalhados, carrinhos sendo empurrados, bebês embalados no colo e constantes referências às crianças de fato, não é sobre essas crianças que o filme deseja falar. Não. “Little Children” é sobre essas crianças grandes que conhecemos bem: os adultos da atual geração.

A sinopse mais detalhada ajuda a compreender: uma das personagens centrais, Sarah Pierce, é belamente interpretada pela inglesa Kate Winslet (do ótimo “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, 2004). Sarah é uma jovem adulta, casada com Richard (Gregg Edelman) e mãe de Lucy, uma linda e geniosa garotinha de três anos. Solitária desde que optou por deixar o trabalho para cuidar da filha, vive um casamento morno. Sarah até tenta se encaixar na vida de uma dona de casa comum, embora não tenha talento para isso. Inteligente e questionadora, sente-se um peixe fora d’água quando vai ao playground da vizinhança com Lucy e tem que conviver com outras mães tradicionais.

O que parece que vai ser apenas uma crítica de costumes ao casamento e à instituição familiar, depois transcende, o que é uma agradável surpresa para o espectador.

Pois bem. Freqüentam este mesmo playground, entre as mães usuais, o pai coruja Brad Adamson (Patrick Wilson, de “O Fantasma da Ópera”, 2004) com seu adorável filho Aaron, o que perturba as mulheres em volta, que suspiram por ele.

Brad é casado com Kathy (a belíssima Jennifer Connelly, de “Uma Mente Brilhante”, 2001) e é ela que ocupa o papel tradicional do homem da casa: enquanto Brad passa o dia solitário brincando com o filho em casa, no playground ou na piscina pública, Kathy passa o dia trabalhando como documentarista e sustenta toda família.

Brad e Sarah acabam por se aproximar e descobrir que entre eles há esse denominador comum, e depois de atraídos um pelo outro, usam a paternidade/maternidade como desculpa para encontros cada vez mais freqüentes.

Nesta mesma tranqüila cidade onde vivem, também está o perturbado Ronnie J. McGorvey (interpretado com talento por Jackie Earle Haley), um ex-prisioneiro que assediava crianças, exibindo-se para elas.

Ronnie vive solitário ao lado de May, sua mãe protetora (Phyllis Somerville), e é naturalmente temido por toda vizinhança. Logo no começo do filme, quando Ronnie é solto e uma reportagem a respeito é realizada na região, uma das mães aflitas diz que tê-lo morando em um local com tantas crianças é como ter um alcoólatra trabalhando em um bar: isso não acabaria bem.

Ronnie então é perseguido por todos, especialmente pelo ex-policial Larry Hedges (Noah Emmerich), o maior inconformado. Depois de ter sido afastado da Polícia após um tiroteio em um shopping que acabou mal, Larry está obcecado pela presença de Ronnie e quer garantir que um homem perigoso como ele jamais tenha paz o suficiente para abordar as crianças do local.

Pronto, o cenário da confusão está armado e “Pecados Íntimos” começa a entrelaçar as histórias e a aprofundar reflexões, com direito a citações de Madame Bovary e tudo o mais. Depois de descobrir que seu marido está envolvido com pornografia na internet, e não muito entusiasmada com seu casamento, Sarah acaba se envolvendo com Brad. Ele, por sua vez, está cansado de ser submisso à esposa e parece gostar de se sentir um homem novamente, e não apenas um pai.

Até aí, tudo bem: conseguimos compreender seus sentimentos e até nos solidarizamos com eles. No entanto, à medida que Field penetra nos relacionamentos, percebemos que não, não é uma bandeira a favor da rebeldia aos costumes, é mais que isso. É um filme sobre a dificuldade de aceitar a vida adulta com todas as suas ocupações e preocupações.

Percebemos que Sarah e Brad não conseguem se conformar com seus novos papéis, mas são completamente resignados quanto a buscar, efetivamente, outros papéis. O caso extraconjugal é o máximo de ousadia que se permitem, e achando que esta atitude desvela não somente o apetite sexual, mas, sobretudo, o apetite de mudança, nós nos surpreendemos, enfim, ao perceber que não passa de uma fuga quase adolescente – e que jamais poderá ir a lugar algum, a menos que eles se tornem, de uma vez, adultos.

Mas não pensem vocês que a mensagem é mastigada para o espectador. Não, não. Field constrói um filme aberto, que permite várias leituras, embora nos conduza todo o tempo através das entrelinhas para esta interpretação final: as pequenas crianças do título não são Lucy e Aaron, são Sarah e Brad, e mesmo Richard e Kathy.

E as pequenas crianças do filme não estão correndo nos parques, ou sendo embaladas nos balanços, ou brincando na piscina… as pequenas crianças do título estão aprisionadas em seus corpos de adultos, como Ronnie, e, talvez por esta razão, ele não consiga se sentir sexualmente atraído por pessoas de sua idade – e aí esteja a verdadeira causa do seu comportamento deturpado.

Admito: esta é a minha livre interpretação sobre Ronnie, e pode ser psicanalítica demais, mas faz todo o sentido se juntarmos as peças do quebra-cabeça que Field nos oferece, uma a uma. Desde o começo do filme, com a tomada da casa de May e Ronnie, com as estátuas de crianças enfeitando a sala, e os muitos relógios que se somam a elas. É o tempo correndo, a vida adulta chamando, mas o desejo da infância que aprisiona. Desejo de proteção, de zelo, de descompromisso e pureza.

Ronnie, do alto de seus cinqüenta anos, nunca lavou uma louça, diz May temendo pelo futuro de seu filho depois que ela morrer. Brad, apesar de ter se formado advogado, nunca é aprovado no exame da ordem e à noite, quando sai para estudar na biblioteca municipal, na verdade nunca chega a entrar. Fica apenas observando os adolescentes fazendo manobras com seus skates. Sarah está decepcionada com o marido, mas nunca busca uma conversa madura com ele e, apesar de fisicamente presente para Lucy, está completamente distante da filha, do seu papel de mãe.

Então Sarah, Brad, Kathy, Richard, Ronnie e Larry são as pequenas crianças. Nunca enfrentam seus problemas reais, sempre buscam alternativas infantis para escapar deles na ilusão de que estão sendo revolucionários. Quando Sarah chora e é consolada pela filha de três anos com um maduro “está tudo bem, mamãe”, os papéis completamente invertidos, a mensagem para mim já estava clara.

O clímax do filme acontece como um despertar. Primeiro, temos a sensação que podemos caminhar para um final trágico, como na referência de Madame Bovary. Então tememos pela vida de Sarah, de Brad e de Lucy. Mas, sem estragar o final do filme, posso assegurar: Field não estava interessado em chocar, ele estava interessado em incomodar. E é essa diferença que na maioria das vezes separa um mau de um bom filme.

Se “Pecados Íntimos” não é impecável, até suas imperfeições parecem ter sido premeditadas, de certo modo, para que o filme não fosse o que o filme não é. Para que a mensagem, ao final, não fosse tão amarradinha e óbvia. Para que o espectador se perdesse algumas vezes dentro da estória, e das subtramas da estória, e tenha a sensação de ter divagado mais do que o preciso, em uma sessão de mais de duas horas no cinema.

Mas sabe de uma coisa? A vida não é exatamente assim? Quando achamos que estamos na direção certa da compreensão e do auto-conhecimento, nós não aprendemos que ainda falta muito para se chegar lá? Em “Pecados Íntimos” acompanhamos a hesitação dos personagens e concordamos com eles algumas vezes, para depois, com uma visão mais ampla da estória, enfim discordar. Percorremos junto com os personagens a evolução dos seus dilemas até chegarmos a máxima que o resume: crescer dá trabalho.

Como já cantou Renato Russo: “você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais… são crianças como você… o que você vai ser quando você crescer…”.

Little Children, EUA, 2006. Direção de Todd Field. Roteiro de Todd Field e Tom Perrota. Com Kate Winslet, Patrick Wilson, Jackie Earle Haley, Jennifer Connelly, Noah Emmerich, Gregg Edelman, Phyllis Somerville, Helen Carey, Mary B. McCan e elenco. Duração 130 minutos. Site oficial: http://www.littlechildrenmovie.com/

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Acabo de ver o filme “Vamos Falar de Sexo”, com Lian Neeson, e que retrata a vida do Dr. Alfred Charles Kinsey (June 23, 1894 – August 25, 1956), que era professor de entomologia e zoologia. Em 1947 Kinsey fundou o Institute for Sex Research na Universidade de Indiana – Bloomington.
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Sua pesquisa em sexualidade humana influenciou social e culturalmente os valores acerca da sexualidade nos Estados Unidos, especialmente nos anos 60, quando suas idéias foram importantes na chamada “Sexual Revolution”. Ele morreu de fraqueza cardíaca e pneumonia em 25 de agosto de 1956. O filme é bem feito, bem editado, e tem boa fotografia.
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No entanto, é psicologicamente importante, em razão de que revela como um homem criado sob o peso do Puritanismo Protestante, pôde ficar tão fixado (antitéticamente) no pólo oposto ao do pai; sendo, todavia, a repetição do próprio pai no nível de uma contraditória “ortodoxia-liberal”. Isto porque nada há mais próximo de um pólo psicológico do que o seu oposto. Passar de um lado para o outro só depende de uma pequena concessão. Ambos os pólos são inóspitos para a alma. Em sua obsessão por diminuir a ignorância perversa e moralista sobre sexo, Kinsey acaba por se tornar um ser profundamente adoecido; pondo-se ele mesmo numa enorme quantidade de “experiências práticas”, sexualmente falando; as quais, por vezes, envolveram a pratica de sexo e orgasmo em laboratório, não apenas tendo seus discípulos como praticantes, mas, por vezes, até mesmo as suas esposas.
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Na busca por pesquisar, Kinsey acaba por se revelar, e mostrar sua face extremamente semelhante a do próprio pai. Não é um filme inspirador, mas é revelador. E, além disso, revela como o caminho “politicamente correto” não tem o poder de pacificar a alma de nenhum ser libertino conforme as melhores etiquetas; e nem tampouco deixa de ser doença apenas porque se esconde sob as mascaras da pesquisa. Com isto, não me posiciono contra as pesquisas sobre sexualidade humana (Não! Não eu!), mas sim contra a tentativa de demonstrar que sexo é apenas atrito de órgãos genitais; posto que sexo não é alguma coisa, pois, num certo sentido, ele é também parte significativa do que se poderia chamar de “a coisa toda”.
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O filme é bom para revelar que nem o manto da ciência consegue dar isenção psicológica para a alma que parte para toda sorte de experiências sexuais, crente que o tema do interesse científico gera isenção na experiência, o que, de fato, jamais acontece; especialmente se a experiência se repetir com a mesma pessoa. Todavia, mesmo que não se repita o objeto da experiência, ainda assim, o acumulo delas sempre forma uma ‘pilha de camadas’ de natureza “paleonto-psicológico”, pois são os fosseis da alma que são expostos!
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Mas é bom que todo crente veja o que uma criação puritanamente tarada pode produzir numa alma humana; além de que vale ver a fim de que se discirna como nada há mais próximo da sensualidade do que o moralismo. Kinsey é um puritano às avessas na prática; porém idêntico na obsessão sexual do ponto de vista psicológico. É sempre assim: enquanto a Lei é escrita em Pedra na montanha, o povo se entrega à libertinagem. Esse é o padrão. E a própria Bíblia faz questão de dizer que mesmo o medo, o clangor de trombetas, o fogo, o terremoto, e todos os terrores inimagináveis, não são capazes de manter o povo equilibrado no pé da montanha enquanto a Lei é dada. Dois pólos: Lei no alto da Montanha, enquanto a Libertinagem corre solta, e até psicologicamente estimulada por medos e fobias. No alto do Horebe a Lei. No pé do Horebe a orgia. Kinsey que o diga! Caio Fabio
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retirado do site http://www.caiofabio.com

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“Quem somos nós?” é o nome do filme que impressionou muita gente no ano de 2004, embora, somente no ano que passou ele tenha feito seu impacto aqui no Brasil.

O nome do filme em inglês é “What the Bleep Do We Know!?”, que também é escrito “What the #$*! Do We Know!?”.

“Bleep”, ou “#$*!”, no contexto da frase que dá nome a filme, segundo seus autores, significa uma neo-palavra mais passável para significar algo como o famoso “fuck” americano; posto no nome do filme de um modo a insinuar sem dizer. Portanto, o nome do filme seria “What the Fuck Do We Know!?”

A intenção do filme é fazer uma junção entre física quântica, espiritualidade, e a construção da realidade pelo pensamento. Entretanto, as bases do filme são os ensinos de JZ Night acerca de Ramtha, de quem os três autores do filme dizem ser devotos e seguidores.

Quem é JZ Knight?

Judy Z. Knight (nascida Judith Darlene Hampton em 16 de março de 1946, em Roswell, Novo Mexico) — é a auto-proclamada médium que criou a JZK, Inc., a qual é ligada à Ramtha’s School of Enlightenment.

Knight diz que em 7 de fevereiro de 1977, uma entidade chamada Ramtha, “The Enlightened One”, apareceu a ela e seu marido na cozinha de sua casa em Tacona, em Washington, no trailer no qual moravam. Ela viria a afirmar mais tarde ter sido transportada para fora de seu corpo, tendo tido muitas experiências. Knight também diz que desde então se tornou capaz de ser um canal perfeito para Ramtha, e isto pelo fato dela ter sido levada por ele para fora do corpo, o que permitiu que Ramtha a instruísse de um modo superior.

Os assuntos discutidos em “Quem somos nós?” incluem neurologia, física quântica, epistemologia (teoria do conhecimento), ontologia, metafísica, pensamento mágico e espiritualidade — embora tudo isto num nível muito básico no ambiento de cada ciência evocada no documentário.

Por esta razão a comunidade cientifica internacional se rebelou com o filme em razão de que, segundo eles, os “experts” que apareceram no filme-documentário, não são reconhecidos na comunidade cientifica como pessoas que de fato trabalhem em pesquisa em suas áreas, especialmente em física quântica. Além disso, em razão da motivação espiritual do filme ser o elemento pivotal de toda a história, os cientistas acham que a ciência foi usada de modo impróprio e parcial a fim de dar embasamento para a mensagem de Knight/Ramtha.

Aqui no site tenho falado muito em e sobre física quântica (Escreva a palavra “tempo” em “Busca”, ou a palavra “quântico” (a), e você achará textos sobre o tema). Portanto, me ajude lendo o que já escrevi sobre o assunto a fim de que eu não tenha que me repetir. Além disso, a introdução do livro “Nephilim”, de minha autoria, fala do assunto. O mesmo acontece no livro “Tábuas de Eva” — Ambos escritos em 1999 e 2000, respectivamente.

Ora, eu que sou interessado pelo tema há quase duas décadas, dormi vendo o filme no cinema. Não satisfeito com tão medíocre performance de interesse de minha parte, peguei a DVD para assistir em casa, mas dormi outra vez. Intriguei-me. Afinal, eu amo discussões sobre física quântica. Então o peguei a terceira vez, e, dessa feita, vi o filme todo.

Muita gente me pergunta o que achei do filme. Entretanto, até aqui pouco tenho falado no assunto. Por quê? É que tive sentimentos e discernimentos distintos sobre o filme e seu conteúdo. E quais são esses sentimentos?

Ora, vi no filme coisa boa e coisa nem tanto assim…

O bom do filme é a sua tentativa de trabalhar com uma nova categoria de percepção aberta aos humanos pelas descobertas, mais teóricas ainda do que práticas, da física quântica. Categoria essa (quântica), a qual, sendo verdadeira, ajuda imensamente a discernir muito acerca de noções para as quais a “teologia” não tinha instrumentos de acesso, o que prejudicava imensamente a percepção de conceitos como a eternidade, tempo, liberdade do homem, e soberania de Deus; assim como também ajuda no discernimento acerca do conceito de passado, presente e futuro, em relação ao homem; e sua simultaneidade em relação Àquele que diz “Eu sou”.

Ora, me refiro à física quântica, e não propriamente ao filme, posto que nele ela é usada no argumento, embora não seja algo de aplicação aprofundada naquela produção cinematográfica.

A ênfase do filme no fato do pensamento humano ser um fenômeno de natureza quântica, e capaz de alterar a realidade, me parece verdadeira, conforme escrevi em “Tábuas de Eva”, e, depois, aqui no site. Entretanto, não se pode ainda fazer uma teoria razoável sobre isto com base na ciência. Portanto, quando falo do assunto em tal perspectiva, faço afirmações de fé; conforme minha percepção, antes de tudo, daquilo que vejo como fenômeno explicitado na Palavra, e que possa ter sua ponte teórica já estabelecida em escala ainda que pequena pela ciência da física quântica.

O que achei ruim foi a tentativa de fazer a coisa toda passar por fato cientifico comprovado; e, também, por sentir que a indução do filme, mesmo naquilo que já se pode chamar de “comprovado”, apontava na direção de dar suporte a algo que, para mim, ainda não estava claro. Entretanto, depois de conseguir ver o filme e ter tirado minhas conclusões, pesquisei sobre ele na Internet, e vi que o embasamento da produção tinha tudo a ver com Knight/Ramtha, conforme falei acima.

Por último, julguei a idéia toda acerca de Deus algo totalmente definido pelas crenças Hindus ou do Panteísmo; sendo portanto, crenças num Deus Impessoal; sendo que, o ápice da pessoalidade no Cosmos, segundo o filme, é o próprio homem; posto que tem o poder de, pela pessoalidade, mudar o próprio Cosmos.

Depois que Jesus disse “Eu e o Pai somos Um”; e: “Aquele que vê a mim, vê o Pai”— fica impossível andar na direção de uma espiritualidade sem pessoalidade na relação com Deus.

Entretanto, não no filme, mas para seus autores, a pessoalidade espiritual só ganha realidade nos humanos vivos ou, na linguagem de Knight, desencarnados.

Assim, o que penso sobre o filme está acima exposto. Porém, vem a pergunta: E sobre os fenômenos nele apresentados? O que você pensa?

Creio que o Universo foi formado pela Palavra de Deus, sendo tirado do que não era; portanto, do que não existia.

Creio que a matéria é energia. Assim como creio que tudo o que existe é feito de elemento energético de alguma natureza.

Creio que o pensamento, como fenômeno, é um processo quântico; ou seja: ele é filho, fenomenologicamente falando, do que no mundo subatômico (ou seja: quântico), é “total probabilidade”; pois, o pensamento só pode acontecer num ambiente de variações totais dentro das limitações de nossa finitude; e esse “ambiente” de totais probabilidades é o que a dimensão quântica encontrada nas partículas subatômicas nos oferece.

Creio que toda a criação geme. Creio que ela aplaude. Creio que ela sente. Tudo conforme as Escrituras. O VT está cheio de tais afirmações.

Creio na conectividade de todas as coisas criadas; o que significa dizer que creio que todas as coisas são afetas umas pelas outras.

Creio que quando Paulo diz que “a criação está sujeita à vaidade”, o que ele diz é também que toda a criação existe sob o olhar humano, sendo afetada por ele — o qual, sendo caído, porém poderoso, impõe o ciclo da vaidade sobre a criação, alterando-a.

Creio que os olhos são as lâmpadas do corpo; o que faz com que o olhar não apenas mude o mundo pela interpretação do homem, com uma subseqüente ação do homem sobre ele, o mundo; mas também creio que o próprio pensamento humano tem o poder de alterar o que existe. Creio, por isto, que palavras, olhares, maldades, sentimentos bons e maus, etc. — têm poder sobre os elementos que lhes são inferiores na escala da criação, na qual, o ente pensamente é superior ao inanimado, ou ao ente que apenas sente e emite vibrações.

Creio que o processo pelo qual isto acontece se liga ao que Jung definiu como sendo o Inconsciente Coletivo. Entretanto, o processo pelo qual essas mudanças acontecem na Realidade — obedecem a leis de natureza por nós desconhecidas; e relacionadas ao Inconsciente Coletivo. Ou seja: creio que aquilo que a Bíblia chama de “a medida dos cananeus, do amorreus, dos heveus, etc. …” — é o que Jung chamou de Inconsciente Coletivo. Aqui no site se encontra vários textos sobre o assunto.

Creio, portanto, que tal poder existe nos humanos, mas que é um poder fora do controle no que tange ao Coletivo; ou seja: às grandes mudanças. Pois, não vem de um apenas, mas de todos. Portanto, ninguém tem, pessoalmente, poder sobre o que é gerado por todos, na média de seus pensamentos, sentimentos, sonhos, pesadelos, ações e atitudes.

Creio que o mundo é feito de pensamentos. Sim! Dos pensamentos humanos. A Terra é outra coisa diferente do mundo. A Terra é física. O mundo não. O mundo é, segundo Paulo escrevendo aos Efésios, puro pensamento (Ef 2: 1-3)… — ainda que não seja pensamento puro, pois, segundo João, “jaz no maligno”.

Assim, creio que o filme, apesar de sua inspiração basear-se em algo que não recomendo, conforme minha consciência do Evangelho acerca de “inspirações espirituais” — é positivo; pois, trata de questões que já são e serão cada vez mais importantes na compreensão do fenômeno humano.

E mais: eu creio que nos próximos anos a comunidade cientifica reconhecerá que o pensamento humano é um fenômeno espiritual, porém processado em nós de modo quântico. Assim, eu creio que em sua dimensão física, o pensamento é processado no coração dos átomos de nosso cérebro. Por tal razão creio que o pensamento afeta o mundo, e, depois, a Realidade; posto que todas as formas de energia se interconectam.

O filme, todavia, ainda é muito básico, posto que pára muito antes de algumas implicações mais profundas. Afinal, nele sub-jaz um desejo doutrinário relacionado à mensagem de Knight/Ramtha.

A Palavra criou o que existe! Ora, a Palavra não vem de Algo, mas de Alguém!

Assim, como negar que a palavra, o pensamento, os sentimentos, e tudo aquilo que, sendo finitos, são, todavia, derivados da Palavra Infinita, não teriam seu próprio poder a ser exercido sobre as coisas criadas?

Desse modo, eu também creio que os homens comem a sua própria produção de pensamento.

O Salmo 84 nos fala de como é feliz o homem que tem no coração (pensamento) os caminhos aplanados, pois, ele, pelas suas ações, transformará a realidade — “passando pelo vale árido, faz dele um manancial”.

Já o profeta Oséias (cap.4:1-3) nos diz que os pensamentos, sentimentos e atitudes humanas; uns contra os outros; não apenas destroem a humanidade, mas afetam toda a criação à nossa volta.

Além disso, conforme a Bíblia, a culpa humana individual e coletiva se acumula como juízo sobre o mundo e a Terra.

Ora, eu creio que cada vez mais a ciência chegará a tal percepção, ainda que agora, tais coisas sejam de-mais para o que a ciência empírica possui como “conhecimento provado”.

O mérito do filme, a meu ver, é o de trazer a discussão acerca da física quântica, e de suas possíveis relações com a Macro-Realidade, para a simplificação da tela de cinema, o que já abriu o apetite de muita gente para essa percepção que se torna cada vez mais fundamental para a compreensão do mundo que nos cerca, e, sobretudo, lança luz sobre o significado espiritual do homem no universo.

Ora, digo isto no espírito do que Paulo ensinou: “Examinai todas as coisas, e retende o que é bom”.

Nele, que criou todas as coisas, é que dou minha opinião,

Caio

19/01/07

reirado do site http://www.caiofabio.com

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